Tudo que somos,
pouco sabemos.
Um poço imenso,
cheio de sonhos.
Quando choramos,
não nos perdemos.
Viver é um sonho,
Não esqueçamos.
Viver é a sombra,
o assombro, o apenas.
/ Tão frágeis somos!
Frágeis e imensos.
Bonita essa música que escuto pelo rádio...
Me lembra o soneto da fidelidade de Vinícius de Morais...deve ter inspirado algum verso.
A propósito, eu confesso; idealizo, imagino, sonho. Ilusões enfeitam alguns cantos da vida e enfeiam outros tantos. E na maioria das vezes realmente as quimeras não sustentam a realidade, mas nem sempre o castelo desmorona; é possível construir novos abrigos, mesmo temporários. O importante é saber que tudo não passa de possibilidades. É preciso agüentar a queda das nuvens usando o que sirva pra suavizar o baque. Embora ao chegar ao chão, esqueça muito rápido o quanto era bom estar nos ares, estou sempre pronta para o próximo vôo*.
* voo segundo o novo acordo ortográfico, mas tirar o acento dessa palavra é tirar as asas, ninguém voa sem asas. Fica assim até eu acostumar. :P
Memória de náufrago
Um dia eu vi o mar
nos teus olhos ateus
e as ondas acorrentadas
ao sopro de Deus
e vi o infinito me olhar
aflito
e vi a paz
a pureza
o destino
a certeza
então teu mar
de olhos infindos
tragou-me
de um beijo
e me fez pássaro
e se fez nuvem
e morremos
de amor
nos cílios do tempo.
Clarrissa Yemisi em http://miolodepote.wordpress.com/
PS: não consegui escolher uma dentre tantas coisas lindas escritas por esta moça, para apresentar aqui, afinal escolhi este poema porque me fez lembrar um segredo parecido, muito lindo. Estou ainda perplexa com tanta perfeição na sua poesia. Merece muitas visitas.
amor tecer*
… sossegue, o amor
Blogs divulgados no caderno Cultura do Correio Braziliense em 09/06/2009, a julgar pelos poemas publicados no jornal vale muito a pena visitar todos. Fui, uma passagem rápida ainda, mas já posso confirmar. Sente só o gostinho:
Ela que gostava de mínimos detalhes, explicações minuciosas e insinuações vagas, da parte que fica vazia de sentido pra gente mesmo completar. Foi a frase perfeita de ouvir; uma afirmação e uma referência a alguma coisa não dita totalmente. Um começo e uma continuação, um espaço a ser explorado, um espaço de significados ou ações ou dos dois. Uma certeza e uma dúvida. Uma frase cheia da sua essência de contradições, avessos e versos, literalmente. Foi dessas falas que trazem em si a magia do secreto que é sabido, a magia do que está implícito, justamente porque pode ser qualquer coisa e também aquilo único que queremos ou imaginamos intimamente ou nada disso. E ficou a brincar em pensamentos com o tudo de etéreo que aquelas palavras sugeriam; poderia significar tudo e também poderia ser apenas i love you e etc.
Foi assim, início da manhã, hora mais apropriada pra continuar dormindo numa cama quentinha, e eu já no busão rumo ao trabalho, luto com toda minha indisposição e vou perguntar à única passageira além de mim se podia pedir ao motorista que desviasse o roteiro do bus um tiquinho pra me deixar mais próximo de meu destino, visto que já estávamos no fim da linha mesmo. Já preparada pra ouvir um não ríspido ou um muxoxo de sim, com visível má vontade de responder tanto quanto eu de perguntar.Mas supreendetemente a moça me lança um sorriso, explica que não dá pois vai descer no fim da rua, me conta que tá vindo de uma cidade próxima, e que já morou ali, mas teve que vender a casa pois separou-se do marido, o que não foi boa coisa (vender a casa) já que o traste não sai do novo endereço, bêbado. Falei a ela que podia voltar, ela explicou de novo sobre a venda da casa, sem volta. E que estava indo a uma consulta no posto médico onde já tinha prontuário, não gostou da “saúde” na sua nova cidade.
Por aqui a gente adora quem é do contra com estilo e , especialmente com fofura:
todas as fotos aqui, via favoritos.
imagem:http://weheartit.com/entry/168029por íncrivel que pareça aconteceu algo inédito ou está acontecendo, consegui me despedir de uma situação, abandonar velhos sentimentos, já imprestáveis, que trazia comigo pelo simples apego a algo, não havia lógica, nem razão. Apenas trazia comigo pelo medo de não saber lidar com o vazio que deixariam, e na verdade o que fica é espaço e possibilidade, na verdade não deve ficar, deve chegar, como o novo e surpreendente, mas bem vindo.
