quinta-feira, 30 de abril de 2009

pra dizer tchau


Errata
onde lia-se desejo
leia-se despejo

não quero mais
essa vertigem de vogais
- tantos ais -
como se fossem consoantes

Ledusha

Postando poeminha de ruptura, eu estou evoluindo. Daqui a pouco despedir não vai doer tanto.

terça-feira, 28 de abril de 2009

amei

daqui ó, e tem muito mais coisas lindas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

aprendendo

por íncrivel que pareça aconteceu algo inédito ou está acontecendo, consegui me despedir de uma situação, abandonar velhos sentimentos, já imprestáveis, que trazia comigo pelo simples apego a algo, não havia lógica, nem razão. Apenas trazia comigo pelo medo de não saber lidar com o vazio que deixariam, e na verdade o que fica é espaço e possibilidade, na verdade não deve ficar, deve chegar, como o novo e surpreendente, mas bem vindo.

já basta de me agarrar a coisas e situações que me aprisionam, e me impedem mesmo de enxergar mais longe e de andar mais livre, mais leve. Acho que tudo é uma questão mesmo de receio, temer um pouco a sensação de não estar preso a nada, pensar que mesmo o que te prende te segura, no sentido de segurança; o que é paradoxal e esquisito. O que é redundante porque estou falando dessas nossas confunsões internas e tão humanamente esquisitas mesmo.
mas o caso é esse, por um momento no ínicio desse pequeno texto eu imaginei que consegui, só vejo agora aqui já pro final que não é bem assim, ficaram algumas quinquilharias, pequenas, quase sem importância que trouxe sem querer, mas pretendo devolvê-las ao passado de onde vieram o mais breve possível. Eu quero começar a guardar coisas novas, bem mais encantadoras e que tão logo comecem a perder o brilho e o encanto, eu me despeça delas também.

sábado, 25 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Jason Mraz



Alguém me traga um desses. Brigada...

a moment


E aquelas palavras que pareciam já serem sabidas adquiriram novos poderes ao serem ditas. Quando as escutou, pareceu que penetraram no seu corpo e ele se esvaziou, ficou leve como se pudesse flutuar e ir para um rumo indefinido, mas a sensação não era de liberdade e sim de estranhamento. E pareceu que as fotos que estava olhando ficaram invisíveis, porque não enxergava as imagens por mais que estivesse com os olhos fixos nelas, e já também não escutava direito, depois de ouvir aquelas palavras, lhe disseram outras coisas, sabia disso, eram vozes. Alguém lhe dizia algo, mas não compreendia, era numa língua desconhecida, indecifrável naquele momento, pelos seus sentidos.

Mas passou, alguns minutos depois, voltou a si, conseguiu ver e ouvir tudo novamente, estava ali, não tão firme, mas com os pés no chão. Ficou daquele momento apenas um pouco do vazio, porque também ficou um pouco de si naquele instante, voltou daquele espaço de tempo, incompleta, sentindo falta de algo que nem sabia o quê, só sabia que era importante.

insensibilidade

E como alguém que arrancou todas as rosas, pergunta pra roseira ao arrancar a última:
_Se importa?
_...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Receita

Pegue dois sonhos, dos grandes,
quebre-os com cuidado na borda da travessa, da pia, ou na ponta do nariz,

separe a clara do escuro,
batendo separado
até nevar em abundância.
Misture bem,
com carinho e paciência,
e leve tudo ao forno numa fôrma,
untada com diabinhos brancos.
Marque no relógio 30 segundos, agora, neste instante;
deixe os diabinhos partirem em bando
e retire o sonho do forno.
E então, juntos, nós dois,
de mãos dadas, provaremos essa delícia,
olhando as primeiras estrelas.

Sérgio Caparelli in: Paciência tem hora. Porto Alegre: L&MP, 1989. p. 33.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

remédio

"Arrependo-me muitas vezes de ter falado; nunca de ter silenciado" (Ciro, poeta persa 424-401 a.C.)
Talvez agora não seja o melhor momento para escrever, eu sei que quando estou assim, com os olhos meio embaçados e não choro, estou como se estivesse engasgada e não estou, não é a melhor hora; mas assim não dá nem pra falar, vou deixar sair então pelas pontas dos dedos alguns sinais, botar pra fora isso que não digeri bem e me faz mal agora.
Eu não entendo, eu tava aqui quietinha e de repente eu leio "Em resumo, cada pessoa vê, sozinha, a vida" e acho que to vendo sozinha, a vida. E percebo que isso me causa um desconforto e uma tristeza tão grande que me dói. E mais ainda porque nessas horas eu só consigo imaginar nos motivos maiores que faz tanta gente sofrer de verdade, e como sempre eu não deveria me permitir.
Não consigo entender o que é que me incomoda, porque eu entendo o porquê de cada ato, de cada palavra, cada atitude me é compreensível, eu distinguo claramente as intenções e a indiferença, e sei que não sou o alvo e, mesmo assim fui atingida em cheio. Me feri.
E vez em quando, é que fico assim olhando pra esse machucado que só eu consigo ver, sentir e que só eu também posso curar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

mais poesia visual


Rubens Jardim numa homenagem a Paulo Leminski.
Em: http://www.rubensjardim.com/foto.php?ida=872&pag=7 (vale a pena visitar a página do poeta)
PS: Me fez lembrar um professor de cursinho que sempre iniciava sua aula falando e escrevendo: " O Cerumano é complicado" , e contava um causo sobre esse "cerumano". Eu tive que desistir do curso infelizmente, assim esqueci as lições para ser uma boa revisora de texto, mas nao esqueci essa figura admirável e nem sua percepção única sobre as pessoas e o mundo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

palavras soltas, texto não revisado

descompasso s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de
descompassar
descompasso
s. m.
Falta de compasso ou medida; irregularidade.
descompassar -
Conjugar
v. tr.
1. Tirar do compasso.
2. Desproporcionar.
in: http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx

Se a sintaxe não é o meu forte, a semântica também não. Mas me encanto mais com a significação que com a formalidade da linguagem. O significado e todas as infinitas possibilidades de construçaõ de sentido, que se dá num processo vivo onde cada sujeito pode criar ou modificar com aquilo que o constrói e descontrói também.

Por não saber estruturar minhas orações acertadamente me perco nas minhas palavras, por insegurança muitas vezes escolho o silêncio, a não palavra, mas isso não as encerra, não as destrói; elas continuam a existir no intímo e muitas vezes extrapolam por outros sentidos, por outras faculdades que não a fala, a escrita.

Por experiência própria digo da força das palavras não ditas, dos seus significados que nos transbordam, pelos olhos, pelas feições, pelo corpo todo. Parece até uma maneira de nos obrigar a ter coragem e assumir nosso discurso, nosso pensamento, nosso sentimento diante de algo ou alguém. No meu caso, esse extrapolar foi tão forte e incontrolável que mesmo eu escolhendo outras palavras pra esconder o que eu realmente queria dizer e me pareceu mesquinho e egoísta, elas se desmancharam no ar, não contrariando aquelas que eram de fato, de verdade.

Pode ser só a força da nossa alma, que é todo e não parte, nos mostrando que somos da fala ao gesto, do pensamento a ação, somos mente e corpo, e que somos nossos próprios adversários quase sempre.

PS: Essa citação também cabe nesse post:
Não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero.
(Carta de Paulo aos Romanos 7,19.)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

La poesía no tiene fronteras

Mi corazón snif...snif...
En medio al mundo tic-tac
Ni se puede bien decir
Solo es poesía pif-paf
Luís Antônio Teixeira (MINGAU)*
*é poeta e compositor. Nasceu e cresceu (ainda não reproduziu nem morreu) na cidade de Divinópolis, interior de Minas Gerais, que é uma espécie de interior do mundo. Graduou-se em História em 2007, trabalhou como pesquisador, foi premiado em festivais de música, publicou em suplementos e revistas literários, e escreve com canetinhas em paredes. Como não tem um estilo próprio, fez do não-ter-um-estilo-próprio seu próprio estilo. É co-editor de um almanaque (Almanaque D’Oeste séc. XXI.) e co-editor dos Folhetos BARKAÇA de literatura e artes visuais, ao lado de Carlos Lopes e diOli. Ainda não sabe o vai fazer da vida, mas acredita que a vida saberá o que fazer dele.)
A biografia veio junto com o poema
daqui --->http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/mingau.html, porque deve ter sido escrita pelo próprio Mingau e também mostra sua criatividade e talento; qualidades mais que apreciadas por aqui.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ComunicAÇÃO

Pon.tu.a.ção 1. Ato ou efeito de pontuar. 2. Arte de dividir, (...) as partes do discurso que não têm entre si ligação íntima, e de mostrar de modo mais claro as relações que existem entre essas partes. *

Eu já falei sobre pontos finais e agora percebo que não sou boa também com as vírgulas, separar uma coisa de outra, embora eu pense que sim. Pontuar e viver são mesmo pura arte, e em todos os sentidos da palavra. Que dificuldade saber onde existe uma pausa, onde se rompem as idéias, se diferenciam e, colocar cada sentido no seu devido lugar. Assim como um texto sem pontuação, a vida é bagunça e confusão e haja sabedoria para esclarecer tudo.
E a preguiça ou o mau hábito de não revisar, de não rever atitudes, conceitos e valores estremecem a comunicação, e ninguém se entende e eu muito menos me entendo. Mas reconheço bem que errei, porque ficam marcas como o sinal deixado erroneamente na frase, e ao invés de demonstrar o que queríamos, há outra interpretação mais errada ainda, que nos envergonha.
Mas importa que também estou disposta a aprender, a corrigir. E essa tentantiva de compreender e aperfeiçoar já é um bom começo, ou nesse caso um recomeço...
* Retirado de: Dermival Ribeiro Rios Minidicionário Escolar Língua Portuguesa-São Paulo, DCL, 2007. Onde (...) indica a omissão de um trecho.



Extraído da obra: POESIA FORA DA ESTANTE. Vera Aguiar, coord. Ilustrações de Laura Castilhos. Porto Alegre: Editora Projeto; CPL/ PUCRS, 2005


Tanto procurei que encontrei esse poema aqui :http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/sergio_caparelli.html, o legal é que é imagem da página original do livro, que a propósito, eu tenho rs. É maravilhoso.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Blá, blá, blá

Aqui vai mais uma versão de um dia, daquelas menos colorida do que deveria e mais frequente do que eu gostaria. Agorinha vinha eu ali saltitante e feliz, nem me importei quando quase fui atingida por uma gororoba amarela que atiraram do alto de um prédio em pleno centro comercial da cidade (o vendedor da lojinha em frente disse que tem um infeliz que frequentemente tenta atingir um pedestre inocente, seja com água suja, ou qualquer coisa nojenta, hoje ele quase conseguiu). Enfim estava eu de alma alegre, inatingível para as coisas tristes e feias, mas pouco depois chego em casa e tenho vontade de chorar, não abriram a janela pra arejar a casa, não jogaram o lixo fora; eu só não chorei porque tinha gente aqui, e eu não me permito verter lágrimas na frente de ninguém, só raramente. Mas é isso. Às vezes sucumbo diante das pequenas coisas desimportantes que fazem parecer que só posso contar comigo mesma. E não estou falando de afazeres domésticos (talvez também). Eu só queria um pouco, com mais constancia, entender meus próprios sentimentos, isso de instabilidade ... Será que quando nasci um anjo meio "bipolar" me disse algo? Espero que seja apenas as oscilações de humor causadas pelos benditos hormônios femininos. Tomara. Mesmo assim não entendo essa sina de ser tão comum e tão intensa, ser mulher. Previsível e enigma pra si mesma. E toltamente imprevisível, como agora. (Eu só queria falar de ser alegre e ser triste, garanto).