sexta-feira, 29 de agosto de 2008

sexta -feira (in) comum

cama.despertador. 6:30 h. muito cedo, só mais cinco minutos. sono. sonho. 8:00 h. socorro. e agora meu Deus? como faço pra tele transportar e está no trabalho daqui a meia hora?! banho rápido. cabelo despenteado. café? não dá tempo. mas é cuscuz de arroz. esquece. corre. carona. espera na parada. ônibus. ônibus errado. outro ônibus. outra parada. pegar mais um ônibus. espera. espera. 9:39 h. quase 10:00 h. alô? eu não vou poder ir trabalhar hoje. culpa. devia ter levantado da cama aquela hora cedinho. e agora ? aproveitar a folga forçada. cinco minutos até o shopping. fazer nada? good. lojas. milk shake. vestidos. Ahh... vestidos floridos. lindos vestidos. compro? não. experimentar só. compro? não compro. caro. dívidas. promessa de economizar. vestidos lindos. tentação. caro. desisto. lojas. mais vestidos. mais sapatos. não compro nada. Good. mais sorvete. andar. andar. fazer nada. 11:00 h. almoço? casa. parada. ônibus. sol quente. carona. casa. ninguém. sem comida. miojo. suco. sofá. filme. ela dança, eu danço. good. assistir a continuação outro dia. 16:00 h. lavar roupa. lavar louça. fome. cuscuz de arroz com café com leite que perdi de manhã. humm. limpar casa ouvindo música no rádio, good. rede. ler na rede. sono. hora de fazer comida pro jantar. tudo eu. tudo eu. fazer boa ação de vez em quando. risoto minha única especialidade. música. cheiro de queimado. faltou um pouco de sazon (amor). risoto queimado. fim do dia. computador. msn. escrever. you tube. sono. cama.



E tocava no rádio:


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

just for me



Ana e o mar- O teatro mágico

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

um dia como hoje

Hoje é um daqueles dias que eu preferia que passasse em brancas páginas, mas acho que é melhor eu não resistir e deixar alguma impressão sobre essas coisas. Afinal o que são algumas palavras soltas, algumas frases desconexas num blog, comparadas a outras palavras e frases faladas num dia como esse? Não são nada. Prossigo.

Então, vou me permitir mais deslizes, talvez eu escute uma música triste ou mais, talvez eu pense em coisas tristes ou em pessoas que amo, por que quando se tem que lavar a alma toda ajuda é bem vinda. E lavar a alma é o que se pode fazer num dia assim, ou pelo menos limpar os olhos... Porque parece que vamos deixando de fazer esse pequeno asseio diário e quando vamos ver só mesmo uma limpeza daquelas pra deixar tudo arrumado novamente.

Essas linhas podem ser um momento desses onde estou tentando fazer a limpeza diária, embora eu resista, por que toda escrita de um dia assim traz algo como um lamento, e considero isso detestável, nem sei por que, mas é assim. Porque poucos são dignos de se lamentarem, eu não sou, e talvez esteja. Tudo por causa de um dia como hoje.

Mas tenho aprendido a me desculpar aqui, nesse espaço das minhas palavras, não sei se isso tem influenciado a continuar com os erros, sabendo que estou mais piedosa comigo mesma. Por isso talvez eu mude e seja mais intolerante como antes, ou não.

Vou tentar finalizar agora, porque num dia como hoje, assim como articular idéias com algum sentido é também difícil colocar pontos finais em quase tudo, e nesse caso devemos começar com o que nos parece mais simples e depois o resto, ao poucos, mas há que se impor limite, até num texto como esse.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008


Caminhos do coração
Luíz Gonzaga

Há muito tempo que eu saí de casa
Há muito tempo que eu caí na estrada
Há muito tempo que eu estou na vida
Foi assim que eu quis, e assim eu sou feliz
Principalmente por poder voltar
A todos os lugares onde já cheguei
Pois lá deixei um prato de comida
Um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar
E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas
E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar
(é tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
É tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração)

E aprendi...

(foto: my home in MA/ arq. pessoal.)

afeto infantil

Assistindo telejornal, esparramadas no sofá, subitamente surge o seguinte diálogo:

-Ana você vai ficar velha? ( Dani- 5 anos)
-Ué, por que você quer saber disso? O que é velho? (Eu- tenho bem mais que 5 rsr)
-É que o Jorge (vizinho +de 65 anos) disse que ele é velho e vai morrer. Eu não quero que você fique velho.
-Por que amor?
-Eu quero que você fique dessa cor. (me abraçando)

Tem coisa mais linda??

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

embriaguez

Hoje fez um dia de sol aqui dentro,
não imaginei que nublasse mais tarde.

Depois de repente estava a arrumar as gavetas,
a tirar poeiras dos guardados.

Foi dia de calçar sandália que faz calos,
de aguentar pequenos suplícios.

Esse vício pela dose diária de sofrimento
ainda causará embaraço.

Felizmente misturada com alguns sabores opostos,
e tudo fica menos amargo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

CARA ESTRANHO

Olhando assim, ninguém dizia, parecia um rapaz qualquer, daqueles que têm por aí, que vivem a vida e se perguntam nada, e enfrentam e vivem, só seguem um rumo.

Mas desde pequeno tinha aquele jeito, gostava mais das palavras que dos fatos, as palavras sim podiam ter vários sentidos, podiam significar algo e algum tempo depois outra coisa totalmente diferente, podiam agregar sentidos, traziam infinitas possibilidades e isso lhe agradava. Os fatos só eram aquilo, não traziam nenhuma brecha, encerravam qualquer lacuna, qualquer esperança; pois são crus e finais, não trazem como as palavras aquela incompletude que carece do pedacinho de cada um que ouve, que lê ou mesmo que diz.

E assim foi que deixou, também por isso e talvez pela vida, que não se sabe se pelo excesso ou pela falta fez com que fosse quase que indiferente aos sentimentos diversos. Admirava os poetas e suas metáforas, sua linguagem cheia de mil probabilidades, mil códigos, mil sentimentos, mas era só. E por isso aquele estranhamento consigo mesmo, todas as vezes que se achava de súbito numa situação real, onde era o autor, o ator, o sujeito que sofria ou praticava a ação, toda vez que sentia...

Nunca teve jeito mesmo pros pequenos desgastes, pros pequenos deleites sentimentais, lhe custava lidar com as experiências mais corriqueiras, os mínimos dissabores do cotidiano lhe eram demasiadamente pesados e ficava sem jeito com as agradáveis amenidades que lhe tocavam.

E era assim que a cada novidade nessa área, ficava a buscar palavras pra nomear aquilo, que o incomodava de alguma forma, tentava conceituar e de alguma forma tirar o determinismo, ignorando de alguma forma a realidade, a fatalidade e abrindo brechas onde entrassem o inesperado que esperava, as alternativas impossíveis.

Um dia aconteceu algo (sempre os fatos, sempre a realidade) que lhe trouxe algo novo, na hora nem percebeu que foi afetado, atingindo, mas dia seguinte, já notara a diferença, estava fraco, uma fraqueza que não era normal, e sentia algo parecido com fome, mas que não passava nem que se empanturrasse de comida, já sentira algo parecido antes, mas dessa vez era um vazio diferente.

Já aprendera há muito anos atrás, que o corpo padece nesses casos; foi um dia quando lhe disseram algo enquanto almoçava e de repente aquelas palavras lhe tiraram todo o apetite, foi físico, não passava nada por sua garganta, mesmo que tentasse; não conseguiu comer, mas teve medo desse poder dos sentimentos. Nesse dia ficou em dúvida se o nome seria raiva ou não, pois achou que só raiva não faria tanto estrago, a comida estava gostosa.

E agora sim, agora de novo, seria um desgosto? Não sabia, achava que entendia o sentido dessa palavra, mas assim, assim na pele, parecia outra coisa, parecia algo muito, muito difícil, talvez fosse só a dificuldade sua de lidar com suas incoerências, seus obscuros. Porque sabia que quando afirmava que mais valia viver, experimentar tudo que a vida oferece, incluindo os desgostos, sabia que lá no fundo, lá no mais inatingível do seu ser não concordava com isso coisa nenhuma.


Video: cara estranho- Los Hermanos

um presente

uma versão poética desse meu texto : isso ou aquilo (tá no fim dessa página) por Carlos César Pacheco:

o que eu senti não pude expressar
não consigo formular
e é tão pouco e desimportante

agora não consigo ser indiferente
até sorrio
/ mas não escondo essa estranheza
/ esse desconforto aqui

isso passa logo, em lugar algum
nem deveria deixar vestígios
assim vai diminuindo
voltando ao seu tamanho e significado
/ volto a escrever da beleza, da alegria
algumas tristezas e dores
/ disso não mais

Apesar de receber pelos comentários muitas palavras que também são presentes, até poema recebi, vejam só! Esse foi a primeira versão pra uma de minhas versões, fiquei toda prosa...
Mas o meu carinho e agradecimento vai pra todos que dispensam um tempinho pra esse meu canto.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

home sweet home


O poeta da roça

Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.

Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.

Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.

Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

Patativa do Assaré

(imagem: pertinho da minha casa - Maranhão)

domingo, 3 de agosto de 2008

ainda sob efeito (loving Los Hermanos)




obs: Quem aparece no video é um dos integrantes da banda, Bruno Medina.