domingo, 30 de março de 2008

Para olhar

Foto: M. Lapin

Essa é só uma das imagens lindas que podemos encontrar em:
http://olhares.aeiou.pt/no_more_war/foto1499293.html

quinta-feira, 27 de março de 2008

minha VISÃO distorcida

Bom continuando meu treino...

Queria uma inspiração pro post de hoje, vinha pensando em falar do meu dia, mas lembrei do tema, então vou juntar o útil ao agradável. Hoje eu me senti como raras vezes me sinto, na verdade conto nos dedos de uma só mão, exagero ... talvez das duas as vezes que me senti tão bem assim comigo mesma. Normalmente chego do trabalho um trapo de gente, muito cansada mesmo, mas hoje foi diferente, eu desci do ônibus, esperei a meia hora de sempre pro semáforo liberar pro pedestre, subi a passarela de seus incriveís cinco grupos de escadas com seus quase cinquenta degraus cada, e óbvio desci também, esperei mais outra meia hora pra abrir o segundo semafóro, e enfim serelepe comecei a caminhada de novecentos metros até a minha casa, mas devo admitir que esse percurso não foi igual aos outros dias, com uma poeira que beira o nevoeiro e carros indiferentes passando zunindo, não; havia chovido torrencialmente, pois a água ainda escorria na beira do caminho e a lama fresquinha me obrigava a saltitar e fazer acrobacias ou seriam malabarismos? tentando conservar o mais limpinha e seca possível a sapatilha que não posso lavar, mais foi justamente por essas horas que percebi o quanto estava feliz, satisfeita, o ar parecia puro (e estava, não havia poeira) o céu bonito daquele jeito pós-chuva, e ainda me invadia aquela sensação sublime que me fazia não pensar em nada que fosse o contrário de felicidade, sentia-me cheia de compaixão pelas pessoas e por mim. E mais uma olhadinha pro céu e mais alegria por está ali, andando, saudável,pensando e me admirando de um mundo perfeito que existia. Infelizmente as coisas estão voltando ao normal, estou lembrando dos problemas e pensando em coisas que são o contrário de felicidade, agora olho pra coisas ao meu redor e não enxergo tanta beleza assim. Mas mesmo assim, fico feliz por poder ver todas essas coisas, poder diferenciá-las, e gostar ou não delas. Nenhuma experiência se iguala a essa capacidade: perceber o mundo através de nossos próprios olhos.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Tato

Atendendo a pedidos, digo a um pedido, digo a um quase pedido ... continued...
Bem este será um dos mais difíceis da série (chique heim? ) pois falar desse sentido, pra mim, implica falar de algo mais amplo que o simples toque ou sensação; para tratar desse assunto teria que abranger tudo que as sensações através do toque nos proporcionam e confesso a vocês que não sou a pessoa adequada para isso, me considero meio travada no trato com as pessoas, ficou meio estranha essa afirmação, mais foi o que consegui. Não, não sou traumatizada por causa disso (acho que não) confesso que isso interfere um pouco nas relações interpessoais, um contato mais próximo me deixava sem jeito até pouco tempo. Mas são coisas que vamos aprendendo a lidar e vamos transformando ao longo da vida. A minha criação foi como a de diversas outras crianças do interior, pelo menos de onde eu vim era assim, porque nada é imutável e a maneira de criar os filhos também muda e mudou, mas na minha casa era assim, até uns cinco anos de idade por aí, não sei bem, as crianças recebiam todo o carinho e afeto dos pais, igualzinho eles haviam recebido dos seus e assim por diante. Lembro que meu pai sentava numa cadeira pra descansar ao chegar do trabalho e esticava as pernas sobre outra cadeira, que chamamos tamborete (vulgo banquinho), e nessa hora se dava uma disputa acirradissima entre nós, os pimpolhos, pra ganharmos aquele colo. Quem ganhava, deitava sobre as pernas de nosso pai e se sentia a própria rainha ou reizinho da casa. Mas conforme íamos crescendo, nada disso era mais permitido, nem abraços, nem beijos, havia todo um respeito e temor que nos impedia de qualquer aproximação mais calorosa com nossos pais, era um "bença pai?" e de longe, parece que seria um grande desrespeito o contrário, chegar perto etc. Deve haver muitas explicações do porquê desse jeito de agir, concerteza uma prática passada de pai pra filhos há gerações, e não culpo meus pais por seguirem e fazerem o que achavam certo, o que sabiam. Hoje a psicologia, a pedagogia e as demais ciências que estudam o comportamento humano trazem a importãncia da afetividade na formação do ser humano. E como ser afetivo sem demontrar? O abraço, o afago, o beijo, o toque são tão importantes como as outras formas de expressar esse afeto. Mas eu não quero terminar esse texto enfatizando as falhas de um modelo educacional familiar de minha época, quero demonstrar o quanto importante é o tato, o toque, essa possibilidade que temos de nos relacionar positivamente através do nosso corpo, como é determinante e reflete a maneira como encaramos o mundo a nossa volta. Eu prefiro lembrar daqueles dias em que eu era a escolhida e podia receber aquele carinho, deitar sobre as pernas do meu pai e me sentir voando alto, mas segura e protegida, receber naquele momento mesmo inconscientemente todo o amor que eu nem sabia que existia.
Bom esse aqui ficou um misto de psicologia barata com autobiografia também barata. Mas como é meu, aceito com defeitos e qualidades e ainda publico.

terça-feira, 18 de março de 2008

Sem palavras

Fiquei tão impressionada com tudo que essa moça escreve que deixo aqui o caminho pra encontrá-la.

http://www.vergonhadope.blogger.com.br/

Eu li muito pouco na vida, é verdade, mas é a segunda vez que algo que leio me deixa tão sem palavras pra dizer o que senti ao lê.

#*?HX$Ç*3

"Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?"


Faço minhas as palavras atribuídas a Fernando Pessoa.(Pelo menos foi o que li num comentário de um de blog por onde ando,seja de quem for a frase, hoje pra mim está perfeita)

sábado, 15 de março de 2008

Falando em escutar

Vale a pena ouvir:

Audição

Já na terceira tentativa de continuar a série de posts sobre os sentidos, entendi que não vou conseguir escrever sobre o assunto abordando questões interessantes mas, técnicas sobre o tema. Assim mais uma vez e oportunamente vou contar a minha versão. A maneira como percebo a importancia de ouvir. Não há como explicar o que sentimos ao ouvirmos uma música que nos agrada, ou uma voz, ou qualquer outro barulho que nos chega aos ouvidos e instatãneamente nos percorre todos as moléculas do nosso corpo. Dependendo do que seja é capaz de nos mobilizar corpo e mente e transformar-nos em segundos na pessoa mais alegre ou mais triste do mundo.Me impressiona também, muitissímo essa ligação da música com o que temos guardado lá no fundo da alma, as emoções mais doces ou amargas, são despertadas com um simples acorde ou verso. Comigo acontece por exemplo de chegar um bagaço do trabalho e coloco uma música pra dançar, tudo muda, adeus cansaço. E é claro que podemos recorrer aos recursos sonoros pra lavar a alma, literalmente. É uma receita infalível: está meio pra baixo , meio jururu, ponha uma músiquinha beem melosa, pode ser até inglês,(em alguns casos é : deve ser) o que importa é a melodia, a letra não vai fazer diferença, a não ser que você saiba inglês, aí faz muito.E só ficar ouvindo pensando em como você é infeliz e maltratado pela vida, as lágrimas rolarão aos baldes.Conheço uma amiga que ouve Andrea Bocelli, sua voz traz uma tristeza contagiante e bela, e também conta o fato de ser cego, não necessariamente lhe toca essa condição, mas o fato de alguém mesmo sendo cego, ser feliz assim e ela com dois olhos grandes daqueles pra ver esse mundo, fica buscando motivação pra chorar, pode? Embora seja mera coincidência eu penso igual a essa amiga, e me sinto imensamente culpada de me sentir triste ou infeliz sem motivo que o justifique, e mesmo quando há motivo, considero nada em comparação a tantos outros acontecimentos mundo afora. Ainda bem que em parte me perdôo porque dizem que mulher tem dessas coisas, são alterações hormonais e portanto incontroláveis. Novamente comecei falando de uma coisa e já nem sei do que estou falando, mas falar, ouvir , gritar, cantar, tem a ver sim, em parte, com boca, e boca tem a ver com gosto e este por sua vez, com paladar... Pronto! já achei a deixa pra dizer que este assunto é o do próximo post.

segunda-feira, 10 de março de 2008


(imagem: arquivo pessoal)

Olfato

Desnessário dizer como os nossos sentidos são importantes, mas como o blog até onde sei é meu eu repito, particularmente sempre me pareceu coisa do outro mundo, nossa memória olfativa, se é que se chama assim, mas eu sempre me maravilho quando de repente , começo a lembrar de quando eu tinha meus seis anos por ai... e viajávamos toda a família pra outro vilarejo menor que o nosso, na época do plantio ou da colheita de arroz que meu pai fazia, e tudo isso surge a partir de um cheiro de barro, terra molhada, mas que só senti depois disso essas raras vezes que me fez voltar no tempo. Outro cheiro que me faz teletransportar, é de um desodorante que usei, nem sei mais a marca, mas ao sentir o cheiro em alguém imediatamente me remeto aos anos de 98/99 quando consegui meu primeiro emprego e de tudo de novo e desafiador naqueles anos. Tem outro cheiro que me lembra minha avó, e seus guardados, suas malas de madeira que nunca vi em lugar algum e que pra mim eram um mundo de descobertas, fotografias, lenços bordados por minhas tias, caixinhas de sabonete antigas, e muitas outras coisas que me faziam passar horas remexendo ali sob grande encantamento; e outros e outros tantos cheiros, aromas ou odores que agora a memória não olfativa não me ajuda a relatar, que sempre me fazem por segundos reviver alguma situação,as vezes boa outras nem tanto; que pra mim naquele momento foi comum, trivial e que agora me voltam como uma parte marcante da vida. Espero que esta memória olfativa que deve estar agora catalogando novos espécies ou mesmo supervalorizando algo já conhecido me reportem futuramente para momentos saborosos, mas ai já vai ser outro sentido...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Feliz dia da mulher

"
Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo
do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se
e pensa no essencial
(...) "

Trecho musical: Gerânio de Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes
in Infinito Particular /Marisa Monte


Procurem ouvir a música...

terça-feira, 4 de março de 2008

Imitando Fernanda Young


Bom, ia tentar imitar os textos tipo carta que costuma escrever (pelo menos vi numa revista). Mas como o talento é pouco, a paciência é curta e o assunto é grosso. Vai um bilhete mal escrito mesmo, sem fazer mistério sobre o destinatário até as últimas linhas. Vai pra mim mesma:

Oi..
Ou você toma uma atitude drástica, ou tomo eu.
Sem mais por enquanto. Valeu!

A.A

O momento pede um tema musical apropriado

"...Eu só queria te contar
Que eu fui la fora e vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação
Explicação
Não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação
Não tem, não tem ..."

Nando Reis. Trecho, O segundo sol.

sábado, 1 de março de 2008

" "

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não pode escrever
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele esta cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia desse momento
inunda minha vida inteira.

ANDRADE, Carlos Drummond