quinta-feira, 4 de abril de 2013

é pra já

Existe luz no fim do post. Existe riso dentro da arte. Existe sonhos pra toda vida. Ah como é bom desprender o olhar, dar a volta, ver outro horizontes, ver a ponta do próprio nariz. Ah como é bom se entusiasmar de novo, com algo não tão novo assim, reconhecido de repente. Há sempre um clichê que se encaixa num dado momento, agora é hora de ver as coisas mais simples de outro modo, com outros olhos. Enxergar a beleza da candura. A sensação de que a inspiração está voltando, de que a criatividade vai se libertando, me renova as forças. Aos poucos vou trocando esse tempo, vou nascendo para um eu diferente por fora e cada vez mais vívida por dentro.

E nesse movimento de mudar e permanecer a mesma, encerro hoje um ciclo, esse espaço tão querido e (re) começo aqui: Primeira Vista , porque sinto que tem que ser agora!
 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

sintonias

O esquecimento é um processo de fim.
Eu achava que boa memória era uma dádiva.
Até descobrir que a vida é basicamente sobre esquecer.
Assino embaixo.
(Ana Aitak )
 

sexta-feira, 29 de março de 2013

inconfidências

A ressaca moral sempre é mais dolorosa que a ressaca física.
A tristeza não sai com água, nem que seja água benta.
A culpa não desaparece, mesmo secreta, não é descartável.
Repetimos os mesmos erros, mesmo tendo garantido que não.
E descobrimos que somos muito insensíveis e egoístas,
em plena sexta-feira da paixão!
 
Que Deus perdoe nossas faltas e excessos. Amém.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Eu sei


é aqui, é agora, que digo; para ti; um interlocutor invisível (e por vezes mudo) que pode ser todos ou só eu mesma. Falar pra si, falar de si. Tudo nessa intensidade interior, subjetiva, que me sujeita, que me delata, que me ajeita. Nesse relato unilateral e egoísta de quem não enxerga nada além, só escuta; e rejeita, no fundo, esse mundo tão restrito aos próprios sentidos. Imensa vontade de dispersar no espaço; vasto, impessoal e povoado pelo universo alheio. Faltam-me asas, pés, caminhos, bússolas; falta um prumo. Cabe-me então, habitar os percursos conhecidos, que o corpo acha o rumo até sem ver, que tateia, que busca caber. Ah, o aconchego do que me pertence, do que me convence, do que me conhece. Esse doce refúgio de uma segurança ilusória e frágil.

Não sei até quando vou me guardar e aguardar vindas, ou voltas (inconscientemente, espero). Mas também acredito que um dia, quem sabe no segundo seguinte a esse texto, eu extrapole, eu escapula. Quem sabe?!

               

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Aprumar


Por enquanto, nada; por enquanto mudo, por enquanto muda. Em meio às passagens e aos passos dados, um fio preso ao passado, ainda. Sinal de que não mando no coração nem na memória. Só desprendo a parte que pode seguir em frente, junto com as partes que se movimentam com as horas, os dias. Não adio a ação, o impulso, vou. E depois pouso e depois penso e depois mais. Por enquanto, isso é bastante, isso é tudo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Agora


Minha vida é feita de fragmentos (...). Um amontoado de fatos que só a sensação é que explicaria.

De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és?
Tenho certeza que sim. O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência.
De certo tudo deve estar sendo o que é.

[...] a doçura é tanta que faz insuportável cócega na alma. Viver é mágico e inteiramente inexplicável.

Clarice Lispector - daqui.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Aniversando

Sou eu, essa meio estrábica,  fora de muitos padrões de beleza, presa a muitos padrões que sequer resistem ao tempo. Livre no desalinho da palavra. Há mais de três décadas tentando andar na linha, sem sossego. Errando na teimosia egoísta de não enxergar outro ponto de vista; disso não me orgulho. Encontrando o sucesso onde menos espero, nas coisas mais simples, nas pessoas mais amáveis e verdadeiras, o resto é vaidade. Procurando coragem pra continuar  mirando em todos os espelhos escolhidos para revelar as coisas bonitas e importantes.- Encarar o tempo com serenidade é um clichê necessário e inquietante.- Olhando pra trás com a certeza de que o que foi feito era o que poderia ser naquele momento, o resto é futuro e tentativas. Esperando na fé. Enquanto  aparo arestas, acerto o passo; penso, fico, vou em buscar do que é a vida em, para e por mim. Além disso, eu não sei, ainda.