domingo, 29 de maio de 2011

vertigem

O mundo saiu dos eixos, me desequilibrei em cima desse fio tênue que nos ligava, e onde eu andava sem medos, sem receios. Percebi que pisava em lugares imaginários mesmo enviando apenas pensamentos bons a respeito desse caminho. Não foi o bastante.
Quando abri os olhos vi, que muitos se acovardaram temerosos da liberdade de escolher o risco que é andar ao encontro do inesperado, do afeto. Eu quis mesmo me desequilibrar, perder os sentidos, viver esse agora sem ressalvas, mas parece que foi muito, o corpo não suporta certos deslimites e fiquei zonza, tonta de realidade.
Felizmente eu sei que posso me deixar cair, há uma rede tecida por várias outras linhas que se ligam a mim, amortecem qualquer queda. Porque há sempre o cuidado recíproco, o amor primeiro, entre nós.
Tento acabar com essa vertigem, fazendo minha própria comida, me alimentando de delicadezas, de outros sonhos. E entre um Dramin e outro, ouço Marisa Monte para reter muito mais poesia enquanto a sonolência tenta me vencer. Mas estou certa que estou acordando pras pequenas felicidades, se for preciso torno-me equilibrista ou faço laços com essas linhas tortas por onde me escrevo.

sábado, 21 de maio de 2011

Meu amor não sabe

Meu amor não sabe
que ele não cabe
no quotidiano
No preto no branco
do meu dia a dia
Quer é colher flores
perfumar os quartos
recitar poesia
escrever nos muros
Meu amor é burro
E não se resigna
ao papel reservado
neste acordo tácito
que ninguém assina


Mariana Matias, poeta brasiliense in seção Tantas Palavras do Correio Brasiliense

segunda-feira, 16 de maio de 2011

rumar

Não consigo perceber,
mas a razão diz,
há um bom sentido
em não se entender

Ó vida! Que queres dizer-me
com essa incerteza do humor,
desamor?
Sou feliz ou não sou?

O segredo é este?
Mergulhar na vontade,
estar mais certa que antes,
segurar fragilidades...será?
Pensar, sorrir, amar...

Ah! o mar...ainda bem,
sou capaz de mudar o prumo
noutro rumo,
de repente...

domingo, 15 de maio de 2011

Colorindo,
coralindo
cora...aqui.

terça-feira, 10 de maio de 2011



De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
[...]
Me tira desta areia, ó Espírito,
redime estas palavras de seu pó
.


Adélia Prado.

terça-feira, 3 de maio de 2011

alvorecer

A pergunta infantil desencadeia a dúvida:
Já é de dia ou é de noite??


Ando anoitecendo cedo
noturna para alguma alegria.
Mirando lua e estrelas,
buscando esclarecer
pra desanuviar.

Mas sou do signo da claridade,
regida por manhãs transparentes
e tardes ensolaradas.
Minha ternura nasce todo dia,
junto com o sol...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

À Ana Cecília

Bem vinda, menina Ana, mais uma, única entre nós. Amada Cecília, bem vinda. Tua chegada nos alegra, nos une. Não planejada, porque escolheste a doce surpresa de vir ao mundo por vontade de Deus. Que milagre! Te esperamos, emocionados desejando desde sempre e, foi assim que chegaste; saudável, depressa, cheia de graça e beleza para junto de tua família. Essa da qual faço parte, da qual você é hoje o motivo mais gracioso de festa, de esperança e felicidade.

Envio, de longe, todas as bençãos e me sinto feliz de saber que já estás cercada de amor...


Sua tia, Ana