quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dos textos da agenda antiga -1

"Durante toda a vida é preciso aprender a viver. Sêneca"

Tenho medo, ao olhar o tempo, de ficar presa às coisas
que não fazem mais sentido e esperar outras que não são concretas.
Medo de não fazer o melhor, de não construir algo que valha a pena.
Ainda existem barreiras, ainda há incerteza...
Mas por outro lado há uma firme convicção, há uma verdade que me move,
há um caminho percorrido na esperança.

Em 20/09/05 eu já era muito dramática :P

sábado, 21 de janeiro de 2012

aspectos

A poesia vem por meio formal, num recorte de jornal, e colide inesperadamente com a sensibilidade, traz qualquer afeto incidental, inexplicável, coincidente ao passado ou ao futuro dos meus sentidos. Um pedaço de jornal velho, amarelado é mais espelho do que o próprio espelho, quem entende?
Essa imagem no reflexo depende mais do ponto de vista de quem olha do que da incidência da luz que a forma. A nitidez e a clareza nem sempre importam, já faz tempo que o foco é outro. Enxerga-se bem mais pelo coração que pelos olhos; suspeito olhando o mundo nessa perspectiva convexa.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

tempos

Vi-te futuro, bem-te-vi adentrar
em ares límpidos, fagueiro de tudo
dono e senhor, entrelaçando o hoje
e o amanhã na humanidade sem
raça e sem cor.

Eliana Aparecida G. Moraes Longo (daqui)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Cadência

No tempo da delicadeza, abrem-se caminhos, apesar de qualquer embaraço. As coisas mais recentes alumiam porque se impõem na força de um presente, literalmente sobre qualquer ressentimento, que se esmaece como desbotam as cores de um papel colorido, guardado e antigo. As qualidades que se permite imprimir são os tons suaves, que atenuam as sensações ásperas, gritantes. Algumas coisas devem ser mesmo silenciadas, alguns sons não têm lugar no espaço, novo. De resto, vale tudo, de ouvir a sentir todas as coisas que se fazem num ritmo cadenciado entre a alegria e o sossego.

sábado, 7 de janeiro de 2012

esclarecer

Daqui, deste momento, sob a atmosfera de um tempo; versando quase sempre sobre e a partir da imaginação, do pensamento subjetivo, do sonho; exarcebando a poesia que é transparente, e mesmo assim avistando-a nessa perspectiva lírica, que embala essa hora de dormir acordada. Assim mesmo, sempre paradoxal e por isso nem sempre lógica e real para todos. A despeito da utilidade prática, persistindo nessa atividade inócua e, talvez dispensável, letra após letra. Ela revigora, suaviza, acolhe não o objeto inacessível do desejo, mas essa capacidade - necessidade (des) humana de desejar apenas; existir e ser.


"Não há verdadeiramente coisa alguma que venha estancar esta falta que dá origem a um sujeito."

(Nadiá Paulo Ferreira in Vem cá Luiza, me dá tua mão.)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

idem ibidem

Respirar
(...) e a gente esquece que para viver é preciso também respirar. E quando nos vemos por inteiro no reflexo da vida que nos acontece entre suas sombras e sóis, respirar fundo pode ser sopro suficiente para virar mais uma página da nossa história. Somos versões daquilo que não somos mais; mas também do que viremos a ser.


"Depois da tempestade vem a bonança."














imagens: arquivo pessoal