terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Julieta Venegas & Marisa Monte - Ilusión

texto com fins terapêuticos

Há uns dois minutos atrás aconteceu algo que me deixou mesmo muito, muito triste, magoada (detesto usar palavras que não gosto de usar, magoada... tsc, tsc, tsc...), mas enfim nessas horas eu me lembro de um papelzinho daqueles de chiclete que vêm com curiosidades do guiness book ou fotos do RBD ou do Pokémon, essa veio com signos astrológicos, eu nem acredito nisso, mas aquela dizia que sagitariano esquece rapidinho as coisas ruins, não fica curtindo sofrimento não, rapidinho está felizão da vida de novo, como sempre. E isso me tem feito muito bem, eu digo pra mim mesma, já passou da hora e nem vale a pena, simbóra... Mas aí eu também me lembro de outra coisa que li por aí e de um assunto que entendo tanto quanto astrologia, (ou seja, coisa nenhuma) Psicanálise.

Segundo me lembro tudo que você tenta reprimir, vai pro subconsciente, some por um tempo, mas então quando você menos espera a bomba estoura. Mas eu acho que não escondo de mim mesma, tento ser o mais razoável possível, me mostro as razões e os porquês e poréns e acabo entendendo tudo, acredito (e torço). Fora que é tudo muito pessimista, eu prefiro mil vezes acreditar no papelzinho de chiclete. (Por via das dúvidas, desabafo nesse texto, vai saber, né?)
E então tô aqui escrevendo, depois de navegar por aí e ler, ouvir e ver tanta coisa que vale a pena, tanta coisa bonita, tanta coisa que inspira alegria e felicidade, não dá pra ficar dando espaços no meu único coraçãozinho pra “eu nem vou falar o nome”. (já chega uma palavra indesejada no meu texto, já chega dessas coisas indesejadas na minha vida)

Viu? Já passou...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

descrição de "eu" por mim.

auto retrato

Sou assim
mas nem tanto;
sou isso ou aquilo.

Isso não, isto sim,
vez em quando.

Sempre assim
e também nunca.

Entendeu?
Nem eu.

"Descrição

Uma descrição consiste em uma enumeração de parâmetros quantitativos e qualitativos os quais buscam fornecer uma definição de alguma coisa. Uma descrição completa inclui distinções sutis úteis para distinguir uma coisa de outra. Descrição Caracteriza-se por ser um “retrato verbal” de pessoas, objetos, animais, sentimentos, cenas ou ambientes. Entretanto, uma descrição não se resume à enumeração pura e simples. O essencial é saber captar o traço distintivo, particular, o que diferencia aquele elemento descrito de todos os demais de sua espécie. "

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Saudade do tempo em que eu, lá na minha terrinha, só tinha medo de assombração.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

bobagens

O dia começou dando a impressão de que não ia ser dos melhores, depois de um domingo muito bom; logo de manhã chuveiro sem água quente, depois a impressão de que todas as minhas roupas não eram minhas e que a dona tinha um péssimo gosto pra se vestir (não queira acordar com essa estranheza do próprio guarda-roupa) sem outra opção, tive que vestir alguma peça que estava ali.
Mas não parou por aí, ainda teve gente pra piorar um pouco mais o meu comecinho de dia, eu devia fazer igual Clarah Averbuck reservar a elas meu mais puro e genuíno silêncio, mas não; eu dou ouvidos e me deixo influenciar, por que sou influenciável às vezes, só às vezes. Essas pessoas que não nos entendem e a quem não entendemos também, deviam ser indiferentes a nós.
Se bem que escutei uma vez, não sei se foi numa novela, que indiferença é pior que qualquer outro sentimento, porque significa que você não se importa com o outro, sua existência ou inexistência não tem a menor significância pra você, nem ruim; isso tudo parece realmente péssimo. Mas enfim eu não queria indiferença de todos não, pensando bem talvez de ninguém. Porque como a mesma Clarah disse “se o mundo dependesse de todo mundo entender tudo para girar, já tinha caído de órbita faz muito tempo”.
Mas é assim mesmo minha gente, se eu fui capaz de acreditar que acordei no dia errado, imagine como tudo poderia ser. Mas não foi. Apesar dos pesares, trânsito lento por motoqueiro x ônibus =acidente, e chegar atrasada de novo e ninguém acreditar nas explicações (que injustiça com alguém que nem sabe o que vestir de manhâ ao sair de casa) o resto do dia foi até leve e produtivo e agradável e nada do que era previsto aconteceu, ainda bem que a vida é imprevisível quase sempre. Por exemplo, esse texto, não ficou como eu queria, ainda bem, ainda bem (podem ser indiferentes nesse caso, ok?).

sábado, 20 de setembro de 2008

Uma trilogia perfeita sobre o mais nobre dos sentimentos

I Carta de Paulo aos Coríntios . Cap. 13:
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
5 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
6 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
7 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
8Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.
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Luís Vaz de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Monte Castelo
Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).


Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Metáfora

Composição: Gilberto Gil - 1982
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo-nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.

Porque algumas coisa só podem ser ditas de outra forma.

domingo, 14 de setembro de 2008

o círculo da palavra


Porque eu li esse blog inteirinho, até hoje, porque sou obsseviva pra essas coisas (desconfio que não gosto de coisas inacabadas, deixadas pela metade e nem gosto de não saber o ínicio delas). Assim vi essas duas citações, pois esse blog é cheinho delas e lindo, e então lembrei do que escrevi no meu perfil, e não tinha lido isso antes de escrever, mas querem dizer o mesmo que eu disse, ou vice-versa:

"
A gente muda. É só continuar vivendo. Samuel Beckett, Malone Morre, pg. 37 (Códex)

O essencial não muda nunca. Fala de Vladimir, na peça “Esperando Godot“, de Samuel Beckett (Abril Cultural, pg. 36)
"
Citações copiadas na íntegra, de: http://palavraguda.wordpress.com/2008/05/

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A singularidade do significado e significante na linguagem da mulher

Foto: Rui Lebreiro in: http://olhares.aeiou.pt/shhh/foto1568175.html

(Breve no teatro próximo de você)
Trecho para divulgação:
Cenário: Corredores de um shoping center.
Um casal de adolescentes conversa formando um quarteto com mais duas garotas da idade deles. Segue o diálogo assistido pelas duas:

(...)
-Então vamos terminar. (ela)
-Vamos. (ele)
-Tem certeza?
-...
-Absoluta?
-...
(...)

( É óbvio que esse trecho não é inicio nem fim da narrativa, da história mas incontestavelmente traz uma pequena mostra da complexa fala da mulher. ui)
Quando os homens vão entender os códigos da linguagem feminina???

terça-feira, 9 de setembro de 2008

o morcego

Da nova série: coisas inusitadas que acontecem com a gente
Fui dormir ontem já bem tarde, janela aberta que o calor está de lascar. Luz apagada, soninho gostoso, sobrinha dormindo na cama de baixo. De repente ouço um som, parecido com o bater de asas de um pássaro, torci para que fosse uma “borboleta de chuva” ou que saísse pela mesma fresta da janela, seja lá o que fosse; não estava querendo levantar a não ser ao som do meu despertador e seria bem mais tarde.

Depois de perceber que o bicho voador não estava encontrando a serventia da casa, e temendo o pior, achei melhor levantar e acender a luz, e vi o morcego, suspeitas confirmadas.

Como o teto é baixo, o bicho dava vôos rasantes sobre minha cabeça, voando em círculos pelo quarto, e quando vinha em minha direção eu me arrepiava e o coração quase saltava pela boca, quando saia eu tinha medo que pousasse na minha sobrinha que dormia tranqüila; pensei em berrar e pedir socorro ao meu irmão ou ao marido da minha prima, mas como estava tarde achei melhor pegar a arma mais próxima; e então com minhas legítimas havaianas em mãos, mais pra defender que pra atacar, comecei a enxotá-lo baixinho, não queria acordar ninguém no susto.

Abri mais um pouco a janela e finalmente depois de mais alguns sobrevôos, o morcego partiu em retirada. Fechei bem a janela, até gosto de calor sabia? E me pus a pensar, porque mega supersticiosa que sou; já comecei a me perguntar o que significaria a visita do morcego, por que não uma borboleta colorida? Um passarinho verde? Ou até mesmo uma “esperança”? Ainda bem que o sono e minha memória não permitiram que eu lembrasse nada ruim ligado a visita de um morcego, mas que foi surpreendente foi, se bem que teve uma vez que dei de cara com uma coruja que fez o barulho que coruja faz bem na minha cara, só não caí pra traz porque ... mas enfim isso já é outra história.

sábado, 6 de setembro de 2008