terça-feira, 30 de junho de 2009

tenho fé na intertextualidade da poesia


Ave alegria

Ave alegria,
Cheia de graça,
o amor é contigo,
bendita é a risada
e a gargalhada!
Salve a justiça
e a liberdade!
Salve a verdade,
a delicadeza
e o pão sobre a mesa!
Abaixo a tristeza!
Ave alegria!

Sylvia Orthof

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Toda a felicidade do mundo pra Dani


pra guardar a data (dois de junho)
pra guardar o riso lindo, lindo
pra guardar esse amor muito, muito...

sábado, 27 de junho de 2009

não é bem assim como pensas

Parece que a gente quer é encher a boca pra dizer do sofrimento, parece um orgulho, e no fundo talvez haja algum, o de ter continuado apesar da falta de algo importante, o de ter conseguido superar, embora não se possa falar em superação quando o assunto é sentimento, ninguém supera, porque não deixa pra trás tudo, vem sempre um pouco nem que seja de outra forma, de outro jeito. Talvez quisesse dizer da sua sorte de nunca ter sido importante pra alguém, mas não pode porque mesmo que não admita não há como explorar a alma alheia, o coração de todos, e quem sabe, sabe-se, houve ou há alguém que lhe queira todo o bem, nem que seja amor próprio. É mais difícil conviver com a incerteza e a insegurança, com a possibilidade da perda ou a iminência do excesso que aprisiona do que com uma certeza dura, triste de nunca ter sido querido, porque permite justificativas, explicações; eu sou assim porque desconheço, porque nunca tive, daria direito a dizer. É muito mais difícil assumir mesmo a responsabilidade de ir construindo seus próprios afetos com o pouco que lhe foi permitido guardar, encontrar. É muito mais difícil gostar de si mesmo, sem buscar um motivo no outro.

o tempo

um
umaou vice-versa; alternados, contínuos e temos uma vida toda...

terça-feira, 23 de junho de 2009

...

Me contradigo? Tudo bem, então / me contradigo; / Sou vasto, contenho multidões.
Walt Whitman

domingo, 21 de junho de 2009


" A manhã apaga
As perguntas da noite
As coisas são claras
As coisas são sólidas
O mundo se explica só por existir
A memória dorme
O presente ri..."
Ferreira Gullar via

sábado, 20 de junho de 2009

smile



Eu falei com você e fiquei tão feliz que o sorriso não coube mais dentro da boca. Havia me esquecido como é não conter a própria alegria, que transborda indiferente à nossa vontade.

terça-feira, 16 de junho de 2009

meus sentimentos?


Mais ou menos assim:
"Hoje estou bêbado de universo." Giuseppe Ungaretti
e mais:
Estou apaixonada por Vida e namorando o Mundo. Ele me deu flores e eu lhe dei um beijo.
Ana Aitak

sábado, 13 de junho de 2009

aspas com asterisco

Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 12 de junho de 2009

o dia pede...

kisses for you...

kisses for all...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

não é

[O QUE ME DÓI NÃO É]

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 10 de junho de 2009

poesia made in Brasília

Blogs divulgados no caderno Cultura do Correio Braziliense em 09/06/2009, a julgar pelos poemas publicados no jornal vale muito a pena visitar todos. Fui, uma passagem rápida ainda, mas já posso confirmar. Sente só o gostinho:

GANHOS

Pegue outro pequeno pedaço
do meu coração,
que diferença faz?
O que tive, perdi,
não tenho mais.
Você tem a chance de ser feliz,
não perca este instante.
Não hesite em vender a alma.
Mente quem diz
que temos todo o tempo.
Perca a calma,
perca-se por nós.

http://entreaberta.blogspot.com/de Patrícia Del Rey (vale asterisco nesse)

inté...

domingo, 7 de junho de 2009

a gente se traduz na poesia alheia (e na nossa)

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

Ferreira Gullar in De Na Vertigem do Dia (1975-1980)

terça-feira, 2 de junho de 2009

secreto

O meu poema de hoje foi censurado pela timidez.
Ou talvez tenha sido apenas o sentimento que não quis ser publicado, quis ficar guardado como um segredo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009