domingo, 19 de agosto de 2012

poeira

Que invisível,
sobre tudo,
fica,
paira.

Seca ,
desgasta,
essa aspereza.

Até quando?
Espanar
dor.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

florescer

A sua armadura era só a verdade, aquilo que era e sabia ser, sem véus, sem máscaras.

Chegou genuíno, franco, reluzente. Dizendo, fazendo, mostrando o que pensava e sentia. Inocente da malícia alheia, da maldade no olho daqueles que o viam e ouviam. Falou e disse, cantou e dançou, pensou e sonhou e riu e chorou, sendo ele mesmo; autêntico como o gosto e o cheiro da água limpa e transparente; como a pureza que não se copia. Depois saiu, deixando entreolhares e silêncio, levou a beleza de sua alma que por um momento a todos iluminou. E talvez nem saiba do seu encanto: deixar em cinzas a vaidade humana, o coração mau.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

invenção

Criaram a fórmula
Basta um gole
ou comprimido
E toda a mágoa
Haverá sumido

Encontraram a cura
Pra toda tristeza
É um milagre
Mas que beleza

Basta uma palavra
Pra que você esqueça
Não há decepção
Que permaneça.

(É mentira)