sexta-feira, 23 de outubro de 2009

por falta de termo mais adequado


Não é que eu queira fazer uma ode a indiferença mas ser solenemente ignorada pouco depois de ser estupidamente desconsiderada não é muito comum nas circunstâncias ocorridas. E aliás nem todo mundo se sente, nem todo mundo leva em conta. Mas pra registrar a afronta, e recordar, pois nem toda lembrança precisa ser boa, dessa vertigem que me deu ao lembrar o que aconteceu. Um arrepio na espinha, com jeito de repulsa, horror sem o medo; foi a primeira vez que senti por motivo tal. Feito aquela primeira vez, certa feita, que a comida não desceu, foi um desgosto e não sabia que também acontecia sem falta de fome. Pois sim, como todas as decepções a mente trata de esquecer, mas eu não; eu quero saber que um dia me furtaram a euforia por umas horas, e eu quis viver o significado, fosse dor ou qualquer outro bocado de realidade, provar que nem tudo se acaba ali, que nem tudo é isso aqui, conseguir passar, e voltar aqui outro dia quem sabe, porque na memória do meu sentimento já não consta...

2 comentários:

Gabriela Martinez disse...

Nossa, que texto intenso. Se eu bem entendi, é importante viver o luto. Não esquecer o que foi ruim, mas refletir e aprender com isso. O sentimento vai embora, volta, muda, mas a memória permanece. O que você vai fazer com isso é o que mostra quem você é.

Kholdan disse...

Realmente bastante intenso. E ainda um belo texto...