sexta-feira, 28 de novembro de 2008

mudança (parte II)

Estive esperando aquela tristezinha desses momentos pra derramar algumas lágrimas, dessas que todos nós sentimos quando deixamos algo pra trás. Vocês sabem, é difícil demais pra um ser humano abandonar algo, alguém, coisas que gostam e até mesmo as situações ruins não queremos deixar. Quanta gente não quer sair dos relacionamento fracassados, nem dos barracos que estão na iminência do soterramento. Eu vejo aquilo na tv e não acredito, como as pessoas numa situação de tamanho perigo se recusam a deixar para trás essas casas, essa situação.
Mas a questão além de ser bem mais complexa do que isto, me faz lembrar que somos resistentes e as vezes queremos nos agarrar mesmo a uma tábua do nosso antigo barco que esta afundando a dar algumas braçadas em direção a areia desconhecida. (Acho que deveria ter escrito esse texto em primeira pessoa). Embora o que tenha acontecido seja o contrário, já tentei até com trilha sonora, arrancar algumas lagriminhas e o máximo que consigo é cantarolar junto e até dançar sozinha no meio da sala...
Estou enxergando apenas as coisas boas, que eu nem sabia como era sentir. Estou ligando o maior queimador do fogão apenas para ferver o leite e ninguém reclama comigo (realmente me intriga essa lei de nunca usar o maior queimador do fogão a gás, que absurdo, que censura), eu gosto de ter quatro janelas que me dão uma sensação grande de liberdade, de ar, de poder respirar, porque me sinto mal em lugares pequenos, fechados.
Estou gostando de ouvir música no aparelhinho de mp3, que é quase inaudível, porque não gosto dos fones e, não tenho aparelho de som, de tv, nem pc (tive recaídas admito rs); de terminar e começar algumas leituras, dormir cedo e acordar cedinho porque agora estou perto da parada do busão e posso pegar o dia acordando feliz e ir trabalhar nesse clima, e ainda por cima sair mais cedo.
Agora me perguntem: E por que reclamas de ver o lado bom de tudo? De estar bem, afinal?Respondo que não reclamo, exclamo, me admiro desta vida louca, bonita e tão trivial. E definitavemente quero lembrar para momentos futuros, que o que nos faz tristes ou alegres não são as coisas, nem mesmo algumas pessoas, mas essencialmente nós mesmos e aquilo ou aqueles a quem damos esse poder.

Um comentário:

Thiago disse...

mudança,
liberdade,
cantarolar,
dançar.
lagriminhas que não vêm.

ainda bem.

=***