Lançar um novo olhar sobre a vida, às vezes, não basta; é preciso que nos lancem também um olhar diferente. Enxergar-nos igualmente, nesse jeito diverso com o qual somos vistos, faz bem e pode se tornar um bonito ciclo: ser como já éramos sonhados, sonhar como podemos vir a ser. Olhos amorosos fazem milagres.
segunda-feira, 26 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade (li aqui)
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade (li aqui)
quinta-feira, 15 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
sintonia
A voz vai retornando aos poucos, reconhecendo os traços familiares, (en) cantando-se com as próprias feições, encontrando sua amorosidade para partir daí, e repartir quando possível. Os sons se articulam de forma bailarina novamente, desajeitados, porém dançantes. A fala ecoa ciente de sua transitoriedade e mesmo assim segura do próprio dizer. Aos poucos as vibrações vão tomando uma forma musical, indicando suavemente um ritmo outra vez...
espelhar
A imagem ainda não é nítida, parece refletida num caleidoscópio, mas fragmentada dessa forma já toma a forma de algo bonito, digno de afeição. O olhar já aceita essa perspectiva dela, já pensa amorosamente nesse jeito de ser, já entende a singularidade com todas as falhas e bonitezas. O retrato agrega a atmosfera do afeto, mesmo com todos os espaços em branco tirando um pouco da nitidez.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
palavrear
A palavra emudece também, se reclusa, se recusa a vir à tona. Fica sem saber dizer, sem querer. Sente-se pequena diante das coisas, e prefere deixá-las sem nome, até encontrar um modo, um mundo compreensível de acontecimentos, que encoraje novamente as sílabas a juntarem-se e significarem de novo.
aqui.
aqui.
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