sábado, 16 de janeiro de 2010

timidez

basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve…
- mas só esse eu não farei.

uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…
- palavra que não direi.

para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.

e, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…
e um dia me acabarei.

Cecília Meireles
vi aqui ó, assim como um tantão de coisas tão lindas quanto

2 comentários:

Thiago disse...

Eu achei esse poema perfeito. Não conhecia. E olha que Cecília é uma das queridinhas da blogsfera!
Ana queridérrima, não pude acompanhar as últimas postagens porque o final de ano foi super corrido e agora também está sendo rs! Mas espero que tudo esteja muito bem! Mil bjos!!

Guilherme Antunes disse...

Torna-te em cada palavra tua neste cantinho, representante de tantos corações; corações belos, angustiados, tristes e felizes que se refletem na letra, na palavra combinada em rima, em poesia que traduz anseios e dores, em nuances infinitas de luz e sombra, amor e medo, sim e não.
É sempre gostoso visitar teu mundo. Beijos ;)