quinta-feira, 28 de maio de 2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ler e escrever vida

O dia a dia, a correria me dá sensação de que não estou acompanhando o tempo, não estou aproveitando o tempo, queria ler os muitos livros da lista dos mais vendidos, os clássicos, os modernos, ou os achados e fica essa sensação de perda...E ainda pior que essa é aquela sensação, aquela ansiedade de vida, de estar deixando ela passar, e não estar atenta, sentir que estou deixando de viver, como se isso fosse possível. Então eu pensei que hoje estive lendo a vida, estive a contemplá-la, observando-a, provando-a como o pão com manteiga e pingado . Estive vendo a poesia viva, crua, in loco, sem preparo. Estive dentro de uma história cheia de personagens interessantes, na literatura mais trivial e nem por isso menos especial.
No bêbado que falava bem alto, tentando afrontar os seis policiais que tomavam o café na mesma padaria que nós, contando da sua filha "baroa", suas filhas lindas e da sua mulher que toma remédio controlado e que ninguém mexa com ela ou vai se ver com ele; a liberdade, a angústia, a solidão íntima. Na criança que pergunta ao policial cadê seu tio, que usa aquela roupa igual a dele, tem um óculos aqui (aponta o alto da cabeça) e que abraça ela quando a vê; a ternura, a inocência, a beleza de ser gente. Na atendente que ao vê meus olhos se demorarem no café com leite que havia preparado pra si mesma, o oferece a mim, desapegada e sorridente; a gentileza, a sutileza, a leveza, a generosidade. E o dia estava apenas começando.
Mas tarde a indignação; a injustiça no adulto que agride um menino, a dissimulação nos sorrisos falsos. A alegria no riso de alguém querido. Os mistérios da própria alma, da própria dúvida e a expectativa de ir logo pra página seguinte.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

mim

Eu me comovo quando encontro nas atitudes de agora traços da menina franzina que fui, porque me transporto há um tempo onde sou expectadora de mim com outros olhos, e sinto vontade de me botar no colo se fosse possível, mas aqui eu penso que foi melhor assim. Mesmo achando que não me apropriei da infância como devia, em alguns momentos em que me vestia com preocupações e pensamentos maiores que eu. Percebo meu esforço aperfeiçoado ao longo dos anos de conquistar risos alheios, e o mesmo espanto feliz diante de um sorriso recebido de graça. Então eu não sei qual parte de mim é passado ou presente.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

convincente

__Ele gosta mesmo de você?
__Não. Mas finge tão bem, que seria um absurdo eu não acreditar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"I love you e etc"

Ela que gostava de mínimos detalhes, explicações minuciosas e insinuações vagas, da parte que fica vazia de sentido pra gente mesmo completar. Foi a frase perfeita de ouvir; uma afirmação e uma referência a alguma coisa não dita totalmente. Um começo e uma continuação, um espaço a ser explorado, um espaço de significados ou ações ou dos dois. Uma certeza e uma dúvida. Uma frase cheia da sua essência de contradições, avessos e versos, literalmente. Foi dessas falas que trazem em si a magia do secreto que é sabido, a magia do que está implícito, justamente porque pode ser qualquer coisa e também aquilo único que queremos ou imaginamos intimamente ou nada disso. E ficou a brincar em pensamentos com o tudo de etéreo que aquelas palavras sugeriam; poderia significar tudo e também poderia ser apenas i love you e etc.

imagem: http://weheartit.com/entry/573120

domingo, 17 de maio de 2009

E não é?

O AMOR DOS OUTROS

O amor dos outros
é indiferente.
Só o da gente é especial,
fosforescente,
brilha no escuro.

O amor dos outros
é tão pequeno,
nem vale a pena
pichar o muro.

Ninguém entende
o amor alheio;
não é bonito
e não é feio.
O amor dos outros
é tão efêmero!
Estão amando?
Fazendo gênero?

O amor dos outros
é muito pouco:
só o da gente,
direito ou torto,
alegre ou triste,
sereno ou louco,
lascivo ou puro,
céu ou inferno
— só o da gente
será eterno.

Olha pro rosto
do amor alheio:
são só dois olhos,
nariz no meio,
cadê a boca?
Olha pra cara
do amor da gente:
que coisa louca!

sábado, 16 de maio de 2009

transitório

sem saudade de você
sem saudade de mim
o passado passou enfim
Alice Ruiz
Vale a pena conhecer o blog da Ledusha S. tem muitos mais poesias lindas lá, inclusive dela como a que já publiquei antes, aqui.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Ó mundo, vamos dançar."
Alphonsus de Guimaraens Filho
de Taylor Swift.
Porque toda mulher gosta de contos de fadas, romances.. .Tudo bem, eu admito, eu achei esse clipe tão... tão...essa música tão... [suspiros]. Acho que ando assistindo novela demais.
PS: Não consegui postar o vídeo diretamente aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Arte

Passei no mercado na volta do trabalho. Vontade de comer pêra. Seguia pra fila do caixa com as mãos cheias de frutas ,resolvi aproveitar que é a quarta verde*. De repente gritos de homem:
_Socorro! Socorro! Socorro!
Felizmente minha lentidão não vence o susto e não me paraliso a ponto de deixar cair tudo no chão, antes de ouvir e ver o autor dos berros :
_Geeeente alguém viu a Socorro?Acreditam que nao vi a Socorro hoje!!!??? (no mesmo tom)
Alguns risos nos cantos das bocas, algumas pessoas entreolham-se meio sem jeito (meu riso também foi tímido), mas todos se fazem de indiferentes ao reconhecerem o artista **conhecido por fazer esse tipo de brincadeiras nos mais diversos lugares e situações, e ninguém escancara um sorriso, ninguém dá uma boa gargalhada, ninguém aplaude a coragem de reverter a lógica da vida por alguns minutos, ninguém se permite ser feliz por "tão pouco".
E todos nós preferimos deixar a vida assim carrancuda, sisuda a torná-la mais descontraída por alguns instantes. Não temos tempo pra momentos de riso descompromissados e travessos.
A vida segue burocrática, paguei minhas compras e também segui.

* leia-se :frutas mais baratas; coisas que você aprende quando se torna dona de casa :há um dia específico com promoções de frutas e verduras no mercado próximo à sua casa.
** ator/comediante, não sei ao certo, mas é conhecido na cidade.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Desobediência

O namorado deixa a namorada no semáforo. Se despede e diz:
_Espera fechar.
Ele dá as costas.
Ela atravessa correndo, com sinal ainda vermelho.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

daquilo que contagia

Foi assim, início da manhã, hora mais apropriada pra continuar dormindo numa cama quentinha, e eu já no busão rumo ao trabalho, luto com toda minha indisposição e vou perguntar à única passageira além de mim se podia pedir ao motorista que desviasse o roteiro do bus um tiquinho pra me deixar mais próximo de meu destino, visto que já estávamos no fim da linha mesmo. Já preparada pra ouvir um não ríspido ou um muxoxo de sim, com visível má vontade de responder tanto quanto eu de perguntar.

Mas supreendetemente a moça me lança um sorriso, explica que não dá pois vai descer no fim da rua, me conta que tá vindo de uma cidade próxima, e que já morou ali, mas teve que vender a casa pois separou-se do marido, o que não foi boa coisa (vender a casa) já que o traste não sai do novo endereço, bêbado. Falei a ela que podia voltar, ela explicou de novo sobre a venda da casa, sem volta. E que estava indo a uma consulta no posto médico onde já tinha prontuário, não gostou da “saúde” na sua nova cidade.

Eu nem sabia o que responder diante da inesperada simpatia matinal confrontada com meu mau humor matutino; se há algo que me toca é amabilidade de uma pessoa que não me conhece e mesmo assim é amável e gentil; a empatia daquela moça desconhecida me desarmou, fui obrigada a largar o desânimo e a apatia de logo cedo, até fiquei sem jeito de me surpreender tão ranzinza, eu tão alegre, tão risonha. Pega em flagrante, antipática e desanimada diante de tanta vida, tanta aventura, tanta ânimo. Que vergonha! O ônibus seguiu, ela desceu, nos despedimos e eu levei comigo um pouco da alegria que ela me deixou sem eu pedir.

domingo, 10 de maio de 2009

about love

Você ainda é aquela que tem que subir em um banquinho...
Você ainda é aquela que se importa sem demonstrar...
Você é ainda aquela que fala o que é necessário...
Você é ainda aquela que o sorriso ganha o dia...
Você é ainda aquela que sabe aproveitar a vida...
Você é ainda àquela que tem o melhor abraço...
Você é ainda aquela que sempre estive a sonhar...
Você é ainda aquela que sempre irei odiar...
Você é ainda e sempre será parte do meu ser...
Você é...
E sempre...
Será...
Diogo de Brito my virtual friend todo inspirado, ai...ai... quem será musa?

sábado, 9 de maio de 2009

fazendo a diferença

Por aqui a gente adora quem é do contra com estilo e , especialmente com fofura:


todas as fotos aqui, via favoritos.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Literalmente

Entre o escritor e a vida,
há uma diferença.
A vida nos escreve
e não joga os rascunho fora.
Publica tudo.

Fabrício Carpinejar conhecendo e me apaixonando...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

imagem:http://weheartit.com/entry/168029
enCONTrO de dança
Era uma vez João e Teresa*. Não se conheciam, mas decidiram numa noite dessas ir ao mesmo lugar. E lá havia muito mais gente, talvez outros Joãos e outras Teresas, tantos que eles mesmos não se olharam direito no primeiro momento. E ambos riram, e dançaram e conversaram com outras pessoas. E mais tarde sentaram próximos um do outro, e se olharam desinteressadamente. Teresa pensou “deve ser um esnobe, metido” e achou que João pensou o mesmo dela; concluiu pelo jeito que a olhava e depois não pensou mais nada. Depois ela ouviu foi alguém lhe convidar pra dançar, era o João, ela riu e aceitou.

E dançaram, e ela achou que João dançava muito bem, e que por isso ela que não sabia dançar direito até parecia saber, aprendeu passos, giros, piruetas, e tudo de bom que é dançar um “dois-pra-lá-dois-pra-cá” bem dançado. Sentiu- se uma bailarina praticamente, e foi tão bom, tão divertido. João e Teresa não pensaram em mais nada além de aproveitar a música, o ritmo e a companhia. Não têm certeza se vão se encontrar de novo, apesar de terem pensado nisso; se encontrar pra dançar, vejam só?!

Agora Teresa pensa “será que o João quando lembra daquela noite, também ri sem querer, um riso só de alegria e saudade?”


*Geralmente não consigo dá nomes as personagens minhas, mas dessa vez, consegui colocar essa marca que as torna mais vivas.