quinta-feira, 8 de outubro de 2009

sem rascunhos*

sim, porque tanto aqui como na vida tento alternar um pouco de melancolia com um pouco de alegria, tá certo que se eu não me policio sobra a primeira, mesmo assim eu me esforço e tiro do fundo da memória ou do momento mais fresco um novo olhar para a vida e para eu mesma. Eu me alegro na palavra de amor vinda de quem realmente se importa comigo e que nem sempre lembro disso. Eu me comovo com a colega mais distante demonstrando que de onde menos esperamos pode vir o carinho, a amizade, a gentileza. Li num livro desses de auto-ajuda, que aliás ficam no fim das minhas preferências literárias que a gente pode educar nosso pensamento e sermos mais otimististas em relação a vida, e acredito mesmo nisso, desde então; porque eu acredito mesmo só no que eu quero, isso todos fazemos. A gente só percebe aquilo que quer ou deseja, isso é outra coisa que acredito, desde que ouvi uma certa cantora dizer isso numa entrevista na tv. Ainda bem que amanhã eu posso acreditar em outras coisas e pensar diferente, ainda bem que amanhã eu posso estar muito feliz sem ter que me esforçar pra isso, porque o mundo gira e a mudança é o que é certeza. Ultimamente tudo, absolutamente tudo, me afeta intensamente, parece que eu estou no mundo há poucos dias e tudo é absolutamente novo, surpreendentemente maravilhoso ou ruim; e não é que eu esteja nos extremos, é que a realidade se apresenta extraordinária para mim; mas tenho vivido toda essa saturação com entusiasmo ou mesmo com uma euforia interna, que só eu sei, que só eu sinto. Por isso também tenho tentado mais vezes extravasar um pouco nessas linhas imprecisas, confusas, e não pode ser diferente, eu também ainda to descobrindo do que se trata, mas mesmo que eu não descubra não vou ter perdido um momento sequer, seja de tristeza, seja de felicidade, seja o que for, seja o que eu for, serei eu. Viva!

à propósito:
“Tentar levantar às seis horas. Variar as emoções”.
“Apaixonar-se por sua própria inquietação”.
André Gide (daqui)

*mas com uma revisãozinha que ninguém é perfeito.

4 comentários:

Kholdan disse...

Realmente sem rascunhos...Belo texto esse...
Gostei muito.

Abraão Vitoriano disse...

"seja de tristeza, seja de felicidade, seja o que for, seja o que eu for, serei eu. Viva!"

o que mais vale é descobrir com a vida, não usar de lições prontas, você mesmo fazer da sua uma pesquisa e espetáculo...

beijos,
e outro beijo e abraço

do seu menino-homem.

Joao C. disse...

Belíssimo texto. Se daqui a alguns anos você tiver que garimpar alguns para publicar um livro, não esqueça desse.

Thiago disse...

é de uma lucidez muito grande. e de forma bem organizada também. parabéns, ficou muito bonito e muito vivo!!