domingo, 17 de maio de 2009

E não é?

O AMOR DOS OUTROS

O amor dos outros
é indiferente.
Só o da gente é especial,
fosforescente,
brilha no escuro.

O amor dos outros
é tão pequeno,
nem vale a pena
pichar o muro.

Ninguém entende
o amor alheio;
não é bonito
e não é feio.
O amor dos outros
é tão efêmero!
Estão amando?
Fazendo gênero?

O amor dos outros
é muito pouco:
só o da gente,
direito ou torto,
alegre ou triste,
sereno ou louco,
lascivo ou puro,
céu ou inferno
— só o da gente
será eterno.

Olha pro rosto
do amor alheio:
são só dois olhos,
nariz no meio,
cadê a boca?
Olha pra cara
do amor da gente:
que coisa louca!

Um comentário:

Kholdan disse...

Que coisa louca... Que não existe no amor alheio. O outro nunca viverá o que vivi, o outro nunca será o que fui...
Adorei...rsrsrs