quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

lúcidez

Ser poeta
Ter sol, malícia,
solenidade e insolência.
Calo no dedo médio
são os ossos que me embrulham
neste ofício intenso que me esbulha.
Carregar um nome comigo,
esta letra vazia, carregar
esta palavra tão pesada,
que te ilustra
como a última palavra
não escrita
Ter fúria
e o avesso desnudado,
anotando somente o necessário
e a muito custo mesmo
re/velá-lo.

YEDA SCHMALTZ
(1941-2003) poeta e ficcionista pernambucana, ensaísta e expert em artes plásticas.

via http://www.rubensjardim.com/blog.php?idb=30512

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