domingo, 29 de maio de 2011

vertigem

O mundo saiu dos eixos, me desequilibrei em cima desse fio tênue que nos ligava, e onde eu andava sem medos, sem receios. Percebi que pisava em lugares imaginários mesmo enviando apenas pensamentos bons a respeito desse caminho. Não foi o bastante.
Quando abri os olhos vi, que muitos se acovardaram temerosos da liberdade de escolher o risco que é andar ao encontro do inesperado, do afeto. Eu quis mesmo me desequilibrar, perder os sentidos, viver esse agora sem ressalvas, mas parece que foi muito, o corpo não suporta certos deslimites e fiquei zonza, tonta de realidade.
Felizmente eu sei que posso me deixar cair, há uma rede tecida por várias outras linhas que se ligam a mim, amortecem qualquer queda. Porque há sempre o cuidado recíproco, o amor primeiro, entre nós.
Tento acabar com essa vertigem, fazendo minha própria comida, me alimentando de delicadezas, de outros sonhos. E entre um Dramin e outro, ouço Marisa Monte para reter muito mais poesia enquanto a sonolência tenta me vencer. Mas estou certa que estou acordando pras pequenas felicidades, se for preciso torno-me equilibrista ou faço laços com essas linhas tortas por onde me escrevo.

Um comentário:

Guilherme Antunes disse...

Equilibrei-me por me desequilibrar. É uma constante nos nossos dias.