domingo, 29 de agosto de 2010

em verdade

“Mesmo que me falte as palavras, mesmo que eu não saiba louvar .Te louvo, te louvo em verdade”

Alguns dias sem inspiração pra nenhuma frase. Hoje tive vontade de contar as histórias que nunca contamos porque são as mais triviais e só excepcionalmente, como hoje, reparamos. Uma senhorinha agitava os braços numa alegria incontida durante os hinos em meio à pequena multidão apática, que mal seguia a coreografia já tão domingueira. Alguns se entreolham, sentem-se constrangidos, imaginem, só porque aquela velhinha não tem vergonha alguma de expressar sua fé, sua emoção. Ah eu invejo essa liberdade de ser quem se é independente do que vão pensar. Na outra ponta uma jovem chora por motivos que acho, todos ignorávamos; uma graça alcançada, uma tristeza, uma dor, não se sabe. Ainda falta a coragem de me aproximar, oferecer ajudar, nunca sei o quer fazer numa situação assim, acho que a maioria age como eu, prefere ficar indiferente, distante, embora comovida. Depois de um tempo a moça já não chora; ela guardou para si e já de novo agüenta sozinha o motivo das lágrimas. Não saberemos. No banco à frente, um bebê de colo solta o riso mais franco, mais lindo e mais puro que só os bebês sabem.
E eu ali no meu canto com a minha alegria contida, a minha dor bem guardada assim como o meu riso, pensando em nossas semelhanças, nossas fragilidades tão iguais, nossas diferentes maneiras de buscar a felicidade, de buscar Deus, domingo na missa.

3 comentários:

Evaldo disse...

Olhar

Olhar, ver e sentir.
Isto é sensibilidade, e amor.

Paz e Alegria!

Abraão Vitoriano disse...

"Ah eu invejo essa liberdade de ser quem se é independente do que vão pensar."

este olhar apurado é crônica,
e você tem todo estilo e graça de escrever... emocionado!

fique com Deus,
saudades...

beijos,
do menino-homem

iana . disse...

Lindo!
Você tem uma suavidade maravilhosa nos dedos. É sempre bom passar aqui pra ler e me sentir lida.

Beijos!