sábado, 7 de julho de 2012

primeira lição do dia

Ao passar no big box da via EPTG- DF cedinho, tive a grata surpresa de ser atendida por duas pessoas com necessidades especiais: o operador de caixa em treinamento e o empacotador que fez questão de empacotar cuidadosamente minhas compras mesmo eu tendo levado minha sacola de pano. Super educado, dizendo que ia colocar os produtos que amassam por último e os mais resistentes no fundo da sacola enquanto separava cebolinha e frutas para o lado. Nesse momento mais duas pessoas fazem fila.
Como é de se esperar o rapaz do caixa estava sendo orientado por outro funcionário e estava um pouco inseguro e lento, mesmo assim quase não se percebia que era alguém especial, a não ser pela pequena dificuldade motora e na fala (mais pausada), não sei se por não perceber isso, o senhor que vinha logo depois de mim na fila, incomodado com a demora começou a reclamar dizendo que o treinamento não era pra se feito aquela hora, mas sim no escritório anteriormente e continuou resmungando deixando o rapaz ainda mais nervoso.
Talvez a velhice nos deixe mais ranzinzas ou talvez estejamos mesmo perdendo a capacidade de esperar com educação ou sermos mais pacientes e compreensivos. Só sei, que a idade também me fez perder a capacidade de me calar diante do que me parece uma injustiça, mesmo que pequena e bradei:
-O mercado é que deveria colocar mais funcionários nessas mais de oito máquinas de caixa vazias, ao invés de querer que três funcionários atendam todos os clientes rapidamente. E treinamento deve ser feito é aqui mesmo, na prática, com os clientes, é assim que se aprende! (Lembrando também do meu primeiro emprego: operadora de caixa de um supermercado)
O senhor me olhou contrariado, e os funcionários supresos assim como as pessoas do fim da fila, mas ninguém falou mais nada. Depois de pagar a conta, ainda pedi crédito para o celular, ao que o rapaz atendeu um pouco nervoso, mas educadamente, e deixou o senhor ainda impaciente, porém mudo.
Ao sair, novamente falei alto para o rapaz do caixa:
- Muito obrigada e você está se saindo muito bem.
Recebi um tímido sorriso e saí pensando em quantas oportunidades temos para aprender a generosidade e a tolerância, e as deixamos passar esmagando-as com nosso esgoísmo e cegueira.

PS: Fiquei feliz também de ver (não sei se é imposição legal, talvez seja) um supermercado dar oportunidade de trabalho para pessoas especiais, quem sabe assim a gente vá aprendendo aos trancos e barrancos, o que eles já sabem: que o mais importante é o respeito ao próximo, nada é mais urgente do que nos humanizarmos.

Um comentário:

Edna disse...

Vivemos num munto intolerante para algumas coisas e tolerante demais em outros aspectos...
Ps: Muito me admira as cebolinhas e frutas presentes em suas compras...rsrs.
Abraços