quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

passatempo

Observo a rua pouco movimentada à minha frente. Uma criança de aproximadamente um ano e meio brinca com outra que parece sua irmã, atravessa a rua e volta, dá um passo com mais esforço pra subir a calçada, mas independente. Aquele andar trôpego de bebê, mesmo assim decidido, aquela inocência sobre o mundo, e a ternura típica emanando na direção de quem o vê, ali entretido com o simples fato de andar de um lado a outro, só poesia e doçura.
Menos de dez minutos depois, inacreditavelmente, um senhor de cabelos completamente brancos, com o andar igualmente trôpego, encurvado; mas também decidido, cruza a rua, embora só, e também inspira ternura, mas dessa vez pela experiência, pela história desconhecida que carrega nos ombros. Só fragilidade e brandura. As cenas me emocionam, num piscar de olhos a vida floresce e murcha, nesse encanto, que sentimos, mas não enxergamos. É quase possível tocar a beleza de viver enquanto penso na delicadeza dessa linha, certa e misteriosa, do tempo.

Um comentário:

IsaBele disse...

A beleza pode e deve ser tocada e vivida... A gente até observa, mas pra aprender a viver e melhorar.

Beijo, linda!