Sei não, difícil tirar o olhar, dessa estreiteza onde a dor se encontra. Ampliar a visão para o que é diferente de nós. O mais contraditório é buscar a verdade sabendo que corta, machuca, nos separa de nós mesmos um pouco antes, quando não sabíamos. Mesmo assim prefiro os acontecimentos, a realidade o mais dura que seja. Escolho sempre a luta que é seguir “apesar de”, escolho sempre a resignação que dignifica, a resistência que impulsiona a viver, seja lá como for.
Alguma coisa deve ir embora quando a alma se deixar lavar, e o que restar conto com a memória, para que guarde somente o que for indispensável pra retomar quando necessário a coragem de buscar a verdade novamente, e sentir novamente a intensidade dessa descoberta; e de novo resistir e continuar sempre consciente e lúcida por mais dolorido que seja, do próprio valor, dos próprios defeitos e ser grata pela vida, a minha desse jeito que ela é.
A condição sublime de existir sempre está acima, para mim, de qualquer momento de desamor, de desilusão. Acho que começo a entender que os ciclos vivenciados, sempre se encerram para dar lugar a outros, às vezes iguais, às vezes melhores, mas sempre imbuídos dessa temporalidade, desse contínuo, que nos liberta para as possibilidades do amanhã, e eu acredito, repito, esperançosa.
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