quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Andando contra amar é...


Não nado, não nego, não calo.
Silencio, escrevo, misturo as bóias.
Contenho a água
da lágrima.

Construo o barco, navego só
Observo o orgulho, mergulho no ar
Afogo a mágoa, solto o riso
A poesia emerge.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Passagem

Eu tenho essa mania de fincar bandeiras em território insólito, de insistir na permanência, de resistir sem armas. Tenho essa mania de buscar valorizar a busca ao invés da conquista. Tenho essa mania de achar que todo mundo cabe dentro de um sentimento, o de compreender, o de dividir as fraquezas assim como as forças. Tenho essa mania de pequenez, de quem não se basta; de quem quando pensa em desistir, recomeça.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Devaneios

Há alguns minutos cochilando no sofá, não sei se pensei ou se sonhei o seguinte:
A magia da palava está nas múltiplas possibilidades de representação do objeto, de forma a intensificar suas características pelo imaginário, muito além do observável enquanto matéria, concreta: uma maçã é só uma maçã; quando vista, tocada, mordida. Simples, suculenta ou não, madura ou um pouco verde. Quando pensada, falada, escrita, pode ser a maçã mais apetitosa ao olhos, como a maçã oferecida a Branca de Neve pela Bruxa; pode ser a maçã oferecida a Eva pela Serpente; pode ser o fruto mais vermelho, mais doce, mais bonito, mais delicioso que existe. Pode ser o fruto do conhecimento ou do prazer, intangível pelos sentidos, mas perceptível pela imaginação. A palavra escrita ganha uma eternidade que uma simples maçã real não tem.

Eu disse que isso é fruto de entre acordada e dormindo. Mas escrevo.
Boa noite pra quem escreve a vida, e para quem a abocanha, também.