quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sim

a verdade liberta mesmo, acho bonito saber ser quem se é de verdade e tentar ser feliz

assim , como a Cris

Que tambem emociona e alegra a gente em:
http://parafrancisco.blogspot.com/
e http://www.hojevouassim.com.br/

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada

V
Escrever nem uma coisa Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

VI
No que o homem se torne coisal,
corrompem-se nele os veios comuns do entendimento.
Um subtexto se aloja.
Instala-se uma agramaticalidade quase insana,
que empoema o sentido das palavras.
Aflora uma linguagem de defloramentos, um inauguramento de falas
Coisa tão velha como andar a pé
Esses vareios do dizer.

Manoel de Barros, daqui

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

nota

voltava pra casa com aquela saudade vontade de chegar. o sol refletia no retrovisor tão na medida de claridade entre ofuscar e deixar ver que beleza. um vento perfeito no rosto. e o crepúsculo dos mais bonitos que já vi às 17:32, exatamente. o céu de Brasília num tom encantador, com ares de liberdade. o mundo parece se harmonizar. me sinto feliz. agradeço a Deus esse raio de consciência sobre as coisas mais simples e etéreas, naturais. o momento se esvai rumo a noite, com um jeito de hora que poderia ser eterna. chego aqui sob enlevo do fim do entardecer, escrevo. boa noite.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

sur-realidade

Antes de mais nada, Manoel de Barros: "É preciso desformar o mundo."

Não é do meu feitio fazer críticas do tipo, há profissionais mais indicados, mas ando ansiosa com o tcc e o horário eleitoral com seus candidatos mutantes, tentando se metamorfosear no ideal de político do brasileiro a cada nova aparição, dá nos nervos de qualquer cristão. É tanta inconsistência, dá vergonha alheia cada frase ensaiada, cada gesto zero genuíno, cada má intenção que há por trás.

O fato é que também pensei no resgate dos mineiros do Chile, um milagre da vida, da tecnologia, de esperança, que não vale por ser tanto; tem que render, tem que ser transformado em espetáculo. Agora, ainda mais virá a mídia, especular, transformar cada minuto de tudo aquilo em dinheiro, em assunto, em lucro; até não agüentarmos mais ouvir, claro, só até o dia de ir assistir ao filme, em sua estréia mundial. Que mundo louco, onde o valor e o alcance de coisas insignificantes e fatos históricos, importantes, se igualam na sua efemeridade enquanto produto midiático, enquanto o produto descartável indispensável e mais cobiçado do momento.
Não há tempo pra escolhermos, pra conhecermos, pra nos posicionarmos, tudo nos sobeja tão brutalmente, que nos sentimos levados pela onda, a onda desse tsunami informacional, cultural, social e todos os “al” desse caos globalizado. Saudade de quando o mundo era o meu quintal e a população e a vida acontecia nos limites do pequeno povoado onde nasci. Saudade da privacidade, da simplicidade, da naturalidade, da viva-cidade enquanto meu lugar no mundo. Será que isto é um apelo a momentos necessários da nossa solidão enquanto indivíduos? Tudo é tão divulgado, tão devassado, pouco resta de nós mesmos, do nosso aconchego, do nosso sossego.
Pronto! passou a vertigem. Que saudade é mais da lembrança. E eu gosto é do caminho fluído para o futuro, já disse aqui. Mas pensemos nisto. Em preservar uma essência humana, uma compaixão, o amor, sim. Seja meu apelo o maior dos lugares-comuns. Eu acredito, tanto quanto os poetas e os profetas que sem amor nada vale a pena.

E também por fim, Manoel de Barros, com toda licença de eu também dizer pra me desculpar pelas queixas:
"Eu sempre guardei nas palavras os meus desconcertos."

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

carinho


Recebi um selinho da minha amiga Edna : http://felcriando.blogspot.com/. O blog dela é que é de excelência pela criatividade, beleza e paciência com que faz a sua arte, olha que bonito! Bom, como tenho de indicar outros blogs, e sou muito indecisa, indico não apenas oito, mas todos os blogs que listo como preferidos e os seguidores de primeira dessa versão minha. Merecem. A regra pra receber está aqui.


Obrigada!

sábado, 9 de outubro de 2010

vem!

http://www.youtube.com/watch?v=JQlKMX2LLHg&ob=av2e

Do lado de cá- Chimarruts


Aqui há espaço para se cantar a vida, colorida.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

entretantos


o marasmo aqui se dá pela agitação de lá, do lado de onde a gente navega, nas ondas revoltas da realidade, não a virtual. O tempo, ou melhor a falta dele, ou melhor ainda a desorganização diária nos dá a impressão de que chegamos e partimos toda hora e nem dá pra apreciar o lugar, o momento, as pessoas. Nos apegamos mais a navegação que ao destino. A outra impressão é de que todos estão indo do mesmo modo, pelo simples impulso de seguir sem saber direito dos motivos ou mesmo do caminho. Mas é assim, consideremos então ao menos o movimento dos remos, dos rumos e sigamos viagem, eu volto noutra hora pra dizer do que vi por aí...

au revoir...
Cora (eu, ensaiando uma outra versão)

da consciência

Sei não, difícil tirar o olhar, dessa estreiteza onde a dor se encontra. Ampliar a visão para o que é diferente de nós. O mais contraditório é buscar a verdade sabendo que corta, machuca, nos separa de nós mesmos um pouco antes, quando não sabíamos. Mesmo assim prefiro os acontecimentos, a realidade o mais dura que seja. Escolho sempre a luta que é seguir “apesar de”, escolho sempre a resignação que dignifica, a resistência que impulsiona a viver, seja lá como for.
Alguma coisa deve ir embora quando a alma se deixar lavar, e o que restar conto com a memória, para que guarde somente o que for indispensável pra retomar quando necessário a coragem de buscar a verdade novamente, e sentir novamente a intensidade dessa descoberta; e de novo resistir e continuar sempre consciente e lúcida por mais dolorido que seja, do próprio valor, dos próprios defeitos e ser grata pela vida, a minha desse jeito que ela é.
A condição sublime de existir sempre está acima, para mim, de qualquer momento de desamor, de desilusão. Acho que começo a entender que os ciclos vivenciados, sempre se encerram para dar lugar a outros, às vezes iguais, às vezes melhores, mas sempre imbuídos dessa temporalidade, desse contínuo, que nos liberta para as possibilidades do amanhã, e eu acredito, repito, esperançosa.